Geração de empregos tem o melhor desempenho em 7 anos

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MS registrou saldo de 14.173 novos empregos no acumulado do ano 

Apesar do resultado negativo na criação de postos de trabalho no último mês do ano, Mato Grosso do Sul registrou saldo positivo na geração de empregos formais em 2020. 

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem, apontam que no ano passado foram criadas 14.173 vagas, resultado de 213.034 contratações e 198.861 demissões. 

É o melhor resultado desde 2013, quando o Estado gerou 21.071 empregos formais.

A pandemia da Covid-19 impactou diretamente no mercado de trabalho. De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, considerando o ano atípico, o resultado é muito positivo para o Estado.

“Não podemos deixar de pensar na questão do emprego olhando para a pandemia. Tivemos uma desestruturação grande dos setores produtivos, fechamento do comércio, paralisação de empresas por falta de insumos, uma série de características que impactaram diretamente no emprego formal e uma das principais é o não crescimento da economia. Mesmo assim, Mato Grosso do Sul termina o ano de 2020 com saldo de 14.173, o que é muito positivo, temos muito a comemorar em um ano como este”, analisa Verruck.

A economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS), Daniela Dias, ressalta que houve crescimento de 12,4% ante os 12.599 empregos gerados em 2019.

“Nós conseguimos ter uma melhora dessa evolução do emprego, isso mesmo neste momento conturbado de pandemia. Tivemos uma aceleração do desemprego, principalmente entre março e maio. Mas também tivemos a geração de empregos, porque tivemos a mudança no comportamento, a maioria das pessoas tiveram de se reinventar, tanto os consumidores quanto os empresários”, diz Daniela.

Entre os 27 estados brasileiros, Mato Grosso do Sul foi o nono que mais contratou no ano passado, ficando somente atrás de Santa Catarina (53.050), Paraná (52.670), Pará (32.789), Minas Gerais (32.717), Goiás (26.258), Mato Grosso (21.970), Maranhão (19.753) e Ceará (18.546).

SEGMENTOS

Entre os setores que mais geraram vagas com carteira assinada estão a indústria, o comércio e os serviços. A indústria fechou o ano responsável por 6.621 empregos formais, 46,7% do total. Seguida pelo comércio, com saldo de 4.118 vagas; serviços, 3.039; construção civil, 265; e agropecuária, 130.

Para Daniela, o setor terciário se recuperou com a mudança no comportamento. Houve uma intensificação de compras em alguns segmentos e algumas empresas migraram para outras áreas, “gerando novas possibilidades e novas oportunidades. Os sul-mato-grossenses tiveram a capacidade de se reinventar, boa parte dessa reinvenção ocorreu nos setores de bens, serviços e turismo, justamente porque temos uma dependência muito grande. A maior parte dos empregos, das empresas e do Produto Interno Bruto [PIB] do Estado se concentram nessas áreas”, afirma a economista.

O titular da Semagro explica que o emprego industrial é crucial por ser mais permanente.

“Quando olhamos por agrupamento de atividade econômica, a gente termina o ano com a indústria [em alta]. Foram 6.621 empregos gerados na indústria, isso decorre de todas as renegociações que fizemos nos incentivos fiscais, todas as empresas que tinham incentivos tiveram as cláusulas repactuadas. E também, o crescimento de novas indústrias. O emprego industrial é mais permanente, mais de longo prazo e mais sustentável”, destaca Verruck.

O secretário ainda ressalta que a agropecuária fecha o ano com o menor número, mas que o setor tem intensificado o uso da tecnologia, então ela cresce em produtividade, mas não em relação à mão de obra.